segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Pessoas com deficiência no setor bancário...

Grande parte das pessoas com deficiência no Brasil ainda está fora do mercado de trabalho. Algumas por falta de qualificação ou de oportunidades. Outras preferem manter a segurança de uma aposentadoria a correr riscos no mercado de trabalho.
Vários países usam o sistema de cotas para assegurar a contratação de pessoas com deficiência pelas empresas. Em muitos países desenvolvidos esse sistema já se encontra extinto. O Brasil ainda necessita desse recurso para tentar amenizar as desigualdades e preconceitos em relação ao trabalho das pessoas com deficiência. A Lei de Cotas, nº 8.213 de 1991, obriga empresas com cem funcionários ou mais a reservarem um percentual de 2% a 5% das vagas para pessoas com deficiência. Foi um grande avanço para esse segmento da população. Sinceramente, ainda espero que nosso país passe a respeitar a população com deficiência da mesma forma que países do primeiro mundo e não precisemos mais de leis como essa.
Mesmo com a Lei de Cotas e as melhorias nas questões de acessibilidade - tais como adaptações nos meios de transporte/comunicação e a existência de escolas realmente inclusivas -, várias empresas ainda não conseguem cumprir o previsto na Lei de Cotas. O setor bancário é um dos que mais sofre com isso.Nos bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, a admissão de funcionários somente é realizada através de concurso público. Reserva-se, normalmente, 10% das vagas para pessoas com deficiência. Os candidatos são recrutados de acordo com as vagas existentes no seu pólo de classificação. Se compararmos o quantitativo de funcionários com deficiência e o total de empregados, veremos que ainda são poucos os empregados com alguma deficiência.
Os bancos privados também sofrem para cumprir a Lei de Cotas, embora a forma de contratação seja mais flexível que a dos bancos públicos. Visando reduzir esse problema, a FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), criou, em 2009, o programa FEBRABAN de Capacitação Profissional e Inclusão de Pessoas com Deficiência no Setor Bancário, cujo objetivo é “selecionar e incluir profissionalmente pessoas com deficiência interessadas em atuar no setor bancário, de modo a oferecer capacitação profissional durante cerca de 6 meses, abrangendo aulas de língua portuguesa, matemática financeira, etiqueta empresarial, informática, negócios bancários, negociação e vendas.”
Nesse ano, o programa inovou incluindo também pessoas com deficiência intelectual. Sabemos que esse segmento tem dificuldades ainda maiores para sua inserção no mercado de trabalho. O programa, que conta com parceria da AVAPE, visa capacitar e incluir 444 pessoas com deficiência, sendo 31 profissionais com deficiência intelectual, nas agências dos bancos que fazem parte do projeto: BANIF, Bicbanco, Bradesco, Citibank, Cruzeiro do Sul, Carrefour Soluções Financeiras, HSBC, Itaú - Unibanco, Safra, Santander e Votorantim. O processo de capacitação profissional é feito pela AVAPE.
Mais informações sobre o Programa podem ser encontradas em www.febraban.org.br/oportunidade.

Fonte: Rede SACI - Belo Horizonte - MG, 27/06/2011